A extraordinária adaptabilidade, que lhes permite alimentar-se de todo o tipo de substâncias, aliada à grande velocidade de replicação, faz com que as bactérias sejam as formas de vida mais difundida no nosso planeta: estima-se que a sua massa corresponda a um valor 5 a 25 vezes superior à de todos os animais terrestres e marinhos no seu conjunto.
As bactérias são organismos procariontes e, por isso, não têm núcleo e possuem um único cromossomo em forma de anel. Para se reproduzirem, recorrem a um processo muito mais simples do que o utilizado pela maioria dos eucariontes: a reprodução assexuada.
Alguns tipos de bactérias têm capacidade para trocar entre si parte do seu patrimônio genético, à semelhança do que fazem os organismos que se reproduzem sexualmente. Isso acontece, por exemplo, quando duas bactérias se aproximam e uma das duas duplica uma parte do seu ADN, transferindo-o para a outra mediante um pequeno canal de ligação. Desta forma, a bactéria receptora pode adquirir novas capacidades, como por exemplo, a resistência a determinados antibióticos.
Condições ambientais que lhes sejam desfavoráveis podem impedir a proliferação das bactérias, ou até matá-las. Para se defenderem, algumas delas podem transformar-se em esporos, ou seja, recobrir-se de várias camadas de materiais resistentes a agressões químicas ou ao calor e, nalguns casos, até à fervura. Alguns esporos que ficaram milhões de anos em depósitos fósseis, germinaram após terem sido colocados num ambiente adequado.
in Gallavotti, B. 1997. Segredos da Vida. DoGi. Itália.
Podem apresentar uma forma simples (esférica, cilíndricas ou espiraladas), apesar dos 3,5 a 4 bilhões de anos durante os quais elas têm evoluído.
Estrutura Geral de uma célula (bacteriana) procariótica típica :
Reprodução assexuada nas bactérias
As bactérias têm uma estrutura muito mais simples do que os eucariontes (A). O seu processo de reprodução é, assim, menos complexo. O filamento de DNA começa por fixar-se a uma invaginação da membrana plasmática e duplica-se (B). O novo filamento encontra-se preso noutro ponto a pouca distância do primeiro. A membrana plasmática distende-se, acompanhando o alongamento da célula e separando os filamentos de DNA (C). Quando a célula duplica o seu tamanho e os filamentos se separam, a membrana dobra-se para dentro e isola as duas células (D). Finalmente, forma-se uma nova parede celular e os dois indivíduos separam-se (E).
PARA QUE SERVEM AS BACTÉRIAS
in Gallavotti, B. 1997. Segredos da Vida. DoGi. Itália.
BACTÉRIAS: PAREDE CELULAR X MEMBRANA CITOPLASMÁTICA
Parede celular
- Podem reter corantes, alguns antibióticos, sais biliares, metais pesados e enzimas degradativas, em contra partida os nutrientes líquidos necessários à célula têm passagem permitida.
- As paredes celulares são camadas de diferentes substâncias que variam de acordo com o tipo de bactéria envolvida, diferindo em espessura e composição.
Estudos de microscopia eletrônica e análises bioquímicas permitiram concluir que a parede celular bacteriana é a estrutura responsável pelo diferente comportamento das bactérias à coloração de Gram.
A técnica de coloração de Gram é uma técnica de coloração diferencial que permite distinguir os dois principais grupos de bactérias por microscopia óptica.
Foi descoberta pelo físico dinamarquês Hans Christian Gram em 1884. Este cientista obteve com a coloração realizada uma melhor visualização das bactérias em amostras de material infectado. Verificou, no entanto, que nem todas as bactérias coravam com este método o que o levou a sugerir a possibilidade de ser usado um contrastante. Gram morreu em 1935 sem ter conseguido que fosse reconhecida à devida importância ao seu método de coloração. Atualmente, esta técnica é fundamental para a taxonomia e identificação das bactérias, sendo utilizada como técnica de rotina em laboratórios de bacteriologia.
Seqüência da técnica:
Corante primário – violeta de cristal: cora o citoplasma de púrpura, independentemente do tipo de célula.
Mordente – solução de iodo: aumenta a afinidade entre o violeta de cristal e a célula e forma com o corante um complexo insolúvel dentro da célula.
Agente descolorante – álcool, acetona ou ambos: solvente lipídico.
Contrastante – safranina ou fucsina básica: cora o citoplasma de vermelho.
O que se verifica, quando se observam as diferentes bactérias sujeitas a esta coloração ao microscópio, é que estas têm um comportamento diferente face à coloração de Gram, o que permite classificá-las em:
Bactérias Gram-positivas ( cor púrpura)
Bactérias Gram-negativas (cor vermelha)
Comparação entre as paredes celulares de bactérias Gram-Positivas e Gram-Negativas:
· é o sítio de atividade enzimática específica, e do transporte de moléculas para dentro e para fora da célula. É uma barreira para a maior parte das moléculas solúveis em água e muito mais seletiva que a parede celular
· composta primariamente de: 20 a 30% de fosfolipídeos e 50 a 70% de proteínas, estas podem fluir pelos fosfolipídios.
· contém enzimas envolvidas:
no transporte de moléculas (permeases)
na produção de energia
síntese de parede celular
· a fotossíntese ocorre em invaginações da membrana citoplasmática, as quais fornecem uma extensa área para acomodar uma alta concentração de pigmentos absorvidos da luz.
Isotônica - a concentração total dos solutos é a mesma em qualquer lado da membrana
Membrana citoplasmática:
fosfolipídios
proteínas
Parede celular:
peptidoglicano - polímero poroso e insolúvel, em grande quantidade nestas bactérias (50% ou mais do peso seco da célula), tornando a parede bem espessa.
ácido teicóico - polímero de glicerol e ribitol fosfato; carregados negativamente pode ajudar no transporte de íons + para dentro e fora da célula; e no armazenamento de fósforo. Encontram-se ligados ao peptidoglicano ou à membrana citoplasmática
polissacarídeos - ligados ao peptidoglicano
Parede celular
peptidoglicano - representa 10% do peso seco da célula
lipoproteínas
Membrana externa
lipopolissacarídeos - típicos destas bactérias, ocorrem somente na membrana externa; formados de lipídeos, cerne de polissacarídeo e antígenos O. Podem atuar como um veneno (LPS ou endotoxina).
trímeros de porina
· as paredes celulares das Arqueobactérias diferem das Eubactérias tanto em composição química quanto na estrutura. Tais paredes contêm proteínas, glicoproteínas ou polissacarídeos completos. Não contém peptidoglicano.
· quando a parede de uma bactéria Gram-positiva é quase completamente destruída, por enzimas, o resultado é uma célula esférica conhecida como PROTOPLASTO, a qual permite a entrada de grande quantidade de água, resultando em lise. As paredes das Gram-negativas são mais resistentes a estas enzimas
Mediante procedimentos de laboratório se pode eliminar total ou parcialmente a parede celular bacteriana por meio de enzimas. Denominam-se protoplastos as células bacterianas que perdem totalmente sua parede celular.
As células, nessa condição, podem ser manipuladas, conservando ainda as potencialidades de células completas. Os protoplastos vêm sendo utilizados no melhoramento de espécies de interesse agronômico, para obtenção de plantas transgênicas entre outras.
Figura:
a) Meio hipotônico a concentração de soluto no interior da célula é maior que fora dela. A água flui para dentro da célula, o influxo da água força o protoplasto contra a parede celular. Se a parede for fraca, pode romper-se; o protoplasto pode inchar, e eventualmente rompe.
b) Meio Isotônico, enzima atuando na parede celular, destruindo-a para posterior formação do protoplasmo.
Conteúdos retirados e adaptados de:
http://www.livronline.com/servicos/gratuitos/mb1504/indice.html
http://www.prof2000.pt/users/biologia/tcolgram.htm
http://www.ugr.es/~eianez/Microbiologia/05paredbios.htm
http://www.cientic.com/tema_procariota.html
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