PARIS (AFP) - O mundo precisa de 18 milhões de professores qualificados, dos quais quase quatro milhões na África, para alcançar o objetivo de um ensino primário universal, ressaltou nesta terça-feira a Unesco por ocasião da celebração, no domingo, do Dia Internacional dos Professores.
"A escassez de docentes qualificados continua sendo um problema fundamental", apontou a Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em um comunicado divulgado em Paris.
"As necessidades são agudas, principalmente na África, onde seria necessário contar com 3.800.000 professores suplementares para se obter" o ensino primário universal, indicou a organização.
Em alguns países, como Ruanda e Moçambique, o déficit de docentes se traduz na "existência de classes de até 60 alunos, quando por regra geral se considere impossível fornecer um ensino correto em salas de aula com mais de 40 estudantes".
A Unesco ressalta também a formação insuficiente dos professores.
"Nos países em desenvolvimento não é raro encontrar professores que não têm nenhum tipo de formação superior", segundo a nota, que pede uma "política coerente" que permita contratar professores em número suficiente, garantir seus direitos e assegurar uma formação de qualidade.
O compromisso de estabelecer um ensino primário universal (EPU) antes de 2015 foi adotado por 164 países durante uma conferência em Dacar em 2000.
Em seu último relatório anual sobre educação, a Unesco destacou que os esforços realizados nesse sentido haviam aumentado o número de alunos aprovados de 647 milhões em 1999 para 688 milhões em 2005. O aumento foi de 36% na África Subsaariana e de 22% no sul e no oeste da Ásia.
Apesar disso, constatou a persistência de desigualdades profundas em relação ao acesso à educação, entre zonas urbanas e rurais, entre categorias sociais e sexos.
A organização estimou nesse relatório que nas condições atuais 58 dos 86 países que ainda não atingiram o EPU não conseguirão fazê-lo para 2015.
Fonte AFP
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